segunda-feira, 7 de abril de 2008

AUTOMOTIVAÇÃO - Inteligência Emocional

A Arte Da Felicidade

Todos os homens buscam a felicidade. E não há exceção. Independentemente dos diversos meios que empregam, o fim é o mesmo. O que leva os homens a lançar-se à guerra e outros a evita-la é o mesmo desejo, embora revestido de visões diferentes. O desejo só dá o último passo com este fim. É isso que motiva as ações de todos os homens, mesmo dos que tiram a própria vida.
Pascal, Blaise (1623-1662).

Filósofo, físico, matemático e escritor francês. Sua doutrina filosófica procura contrapor razão e emoção como os dois elementos básicos do conhecimento humano.

Há 54 anos atrás, Willian D. Ogden escreveu uma coluna para o New York Times, a respeito da arte da felicidade. O texto foi publicado na edição de 30 de dezembro de 1945. Aqui estão algumas passagens que mostram que isso podia ter sido escrito ontem:

“Hoje existe uma condição curiosa no mundo, Jamais houve uma época em que tanto esforço oficial fosse feito para produzir felicidade, e também uma época em que o indivíduo prestasse tão pouca atenção para criar as qualidades pessoais que contribuem com ela...”

“O que está sendo mais desprezado nos dias atuais é a determinação pessoal de desenvolver um CARÁTER (...) Toda nossa ênfase recai sobre a reforma das condições de vida, de melhores salários, ou controles sobre a estrutura econômica, casa própria para mais gente – sempre com o enfoque no governo - e muito pouco para que as próprias pessoas possam se aperfeiçoar como seres humanos”.

“Os ingredientes da felicidade são tão simples que podem ser contados nos dedos da mão”.

A felicidade:

Deve ser compartilhada.
O egoísmo é seu inimigo; fazer feliz a outra pessoa é fazer feliz a si mesmo.


É silenciosa. Raras vezes nos encontramos com ela em grandes aglomerações. Pode-se obtê-la com mais facilidade em momentos de solidão e reflexão. Ela vem de dentro, e descansa com mais segurança na bondade simples e uma clara consciência. A religião pode não ser essencial para consegui-la, mas não se sabe de ninguém que a tenha alcançado sem uma filosofia baseada em princípios éticos.

Não pode ser comprada. Na verdade, o dinheiro, por estranho que pareça, pouco tem a ver com ela. Foi Thomas Kemps quem disse, sabiamente, que “uma competência modesta é o suficiente”.

Um interessante sistema para se obter a felicidade:

:: Viver contente com poucos meios.

:: Buscar a elegância mais do que o luxo, e o refinamento mais do que a moda.

:: Ser merecedor em vez de respeitável, e ter dinheiro em vez de ser rico.

:: Estudar com força, pensar em silêncio, falar com suavidade, atuar com franqueza, escutar as estrelas e os pássaros, criaturas e sábios.

:: Suportar com alegria, fazer tudo com valentia, esperar a ocasião, nunca apressar-se.

Em uma palavra, deixar que o espírito, o instinto e o espontâneo se desenvolvam de forma normal. Esta é minha sinfonia.”

(William Henry Channing, um padre que era o capelão do Senado americano na metade do século passado.)”.

Texto de Raúl Candeloro, revista Técnicas de Venda, fev. /2000.
Adaptado por Airton Soares.


O grande filósofo Aristóteles possuía uma profunda compreensão da natureza humana. Ele viu, como todos nós vemos, que os seres humanos buscam algo diferente. Alguns buscam a riqueza. Outros sonham com a fama. Alguns anseiam pelo amor. Alguns pelo poder. Os cautelosos almejam a segurança, os audaciosos buscam a aventura. Mas Aristóteles teve um insight: por trás de todas as diferenças superficiais no que parece ser objeto de nossa busca, todos nessa vida na verdade buscam a mesma coisa: A FELICIDADE. E o Aristóteles percebeu muitos pensadores subseqüentes confirmaram.


Felicidade como Prazer

Esta visão de felicidade sustenta a quase frenética busca moderna por dinheiro e bens. Cita- se freqüentemente uma frase atribuída a Jane Austen há quase um século: "Uma renda polpuda é a melhor receita de felicidade da qual já ouvi falar." Obviamente, as pessoas parecem bus­car o dinheiro e esperar uma renda polpuda para obter outras coisas, coisas que em sua percepção as farão felizes que pelo menos con­tribuirão para sua felicidade de forma significativa. No que diz respeito às coisas mais gerais que as pessoas notoriamente procuram na busca da feli­cidade - dinheiro, fama, poder e status - a visão hedonista seria: são essas coisas que proporcionam prazer, seja em si ou no que elas possibili­tam, e a essência da felicidade é exatamente o prazer que proporcionam.

É fácil ganhar dinheiro, se é dinheiro que você deseja. No entanto, com poucas exceções, o que as pessoas querem não é dinheiro. Querem o fausto, querem amor e admiração.
-JOHN STEINBECK

Mas seria felicidade sinônimo de prazer?

Aristóteles certa vez caracterizou esta crença como uma visão perfeita para o gado no pasto, mas não para os seres humanos. Em nosso século, Albert Einstein fez eco a Aristóteles; comentando sobre qualquer visão de mundo que coloca no centro a felicidade como sinônimo de prazer, ele escreveu: "Neste sentido, nunca vi o bem-estar e a felicidade como fins em si mesmos - uma base ética que considero mais apropriada a um rebanho de porcos”.Palavras chocantes, mas o propósito as justifica.
Apesar de toda a sua importância na vida humana, o prazer é apenas uma peça de um quebra-cabeças muito maior. Não consigo imaginar uma vida feliz totalmente destituída de alegria, mas prazer não é sinôni­mo de felicidade. O comportamento autodestrutivo ocasional dos ricos e famosos o confirma de forma bastante convincente.

Muitos dos que parecem estar lutando contra a adversidade são felizes; muitos, em meio a grande afluência, são totalmente infelizes.
PUBLIUS CORNELIUS TACITUS

Felicidade não é sinônimo de prazer. E isso é muito bom se buscarmos a felicidade no trabalho, pois o dia de trabalho normalmente não é apenas uma longa onda de prazer que nos invade. Entretanto, deve haver o máximo de prazer possível associado ao nosso trabalho.Quando gostam do que fazem, as pessoas dão o melhor de si.


Fazer o que gosta
Com as pessoas que gosta
E no lugar que gosta
Eis uma probabilidade de se obter sucesso na vida!


Felicidade como Paz Pessoal

Tranqüilidade. Serenidade. Calma. Imagine o espírito de uma pessoa feliz refletido na superfície de um lago em um dia sem vento. Esta é a meta das técnicas de motivação praticadas por pessoas de todos os níveis. Mas...a roda só se movimenta porque atrita com o chão. Mudança é passagem de um estado para outro. É a transição de uma situação para outra diferente.Mudança representa transformação, perturbação, interrupção, fratura ATRITO.

Os antigos filósofos estóicos acreditavam que nada no mundo é tão bom ou ruim quanto parece. Eles perceberam que muitas pessoas ficam com os nervos em frangalhos porque se entusiasmam demais com as coisas ruins. Precisamos de algo como um amortecedor psíquico interno ao atingirmos os buracos e quebra-molas na estrada da vida, uma dose da paz interior que nos permita ser flexíveis e firmes em meio a todas essas coisas inesperadas que a vida nos lança.


Precisamos nos acalmar!

Muitas pessoas no mundo empresarial de hoje parecem se ressentir dos desafios em seu caminho e ansiar pelo equilíbrio, uma tranqüilidade no ambiente de trabalho que, na verdade, os tornaria bastante supérfluos enquanto solucionadores de problemas humanos. Mas nós, humanos, não crescemos em um meio de total tranqüilidade. Precisamos de ação. Precisamos de problemas. Precisamos de uma quantidade saudável de tensão em nossas vidas. A felicidade humana não deve ser vista como o equivalente emocional de um longo cochilo. Para ajudar as pessoas ao nosso redor a serem felizes no trabalho, vez por outra talvez tenhamos de ajuda-las a se acalmarem um pouco, mas a satisfação profissional não exige serenidade total; no local de trabalho. Só existe quietude completa na morte e os negócios são para os vivos.

Felicidade como Participação em Algo Satisfatório

No ensaio De Finibus, o estadista romano e filósofo prático Cícero proclam­ou: "A alma anseia por fazer algo”.Não é o ter, e sim o fazer, que está mais intimamente relacionado com a experiência mais plena do ser. Damos o melhor de nós quando nos envolvemos em uma tarefa que valha a pena.

Acordo de manhã dividido entre o desejo de melhorar (ou salvar) o mundo e o desejo de desfrutá-lo (ou saboreá-lo). Isso dificulta o planejamento do meu dia.
-E. B. WHITE.

Ganhar dinheiro, apenas, sempre me aborreceu. Eu queria fazer coisas, queria construir coisas. Levar as coisas adiante... Não sou como algumas pessoas que adoram o dinheiro como algo que se acumula em uma grande pilha, em algum lugar... Vejo o dinheiro de uma única forma: fazer alguma coisa com ele... Acredito que não existe uma única coisa que eu tenha da qual eu possa vir a me beneficiar se não fizer algo com ela. (Disney)

Acredito que Disney era aristotélico com relação à felicidade. Nunca foi uma questão de simplesmente acumular dinheiro ou coisas a serem desfrutadas. Sempre foi uma questão de alegria de fazer, de criar, de participar da construção de coisas novas para enriquecer o mundo.

Só me sinto bem quando estou com um pincel na mão
MICHELANGELO


Felicidade não é a mesma coisa que prazer e não é a mesma coisa que paz pessoal. Ambos são estados relativamente passivos, por mais ativos que sejamos ao busca-los. A felicidade jamais existe na passividade.

A felicidade é, de fato, um fenômeno dinâmico de participação em algo que proporciona satisfação. Na melhor das hipóteses, vem acompanhada do prazer e de uma boa dose de paz interior.

Na verdade, pode-se argumentar que uma forma mais sublime de paz é a que acompanha o envolvimento satisfatório em um trabalho que vale a pena ser realizado. E um dos maiores prazeres na vida é a satisfação ativa proporcionada por um trabalho bem feito. Portanto, a felicidade está conectada tanto à paz quanto o prazer. Mas, no fundo, é encontrada na atividade. Está no trabalho.

No entanto, dessa nova definição de felicidade surge imediatamente uma pergunta óbvia: O QUE EXATAMENTE PROPORCIONA SATISFAÇÃO AOS SERES HUMANOS? Uma coisa é saber que felicidade é participar de algo que gere satisfação, mas não entenderemos o que isso significa, ou exatamente o que é felicidade e quais as suas implicações para a MOTIVAÇÃO ORGANIZACIONAL e nos negócios sem que fique claro o que nos proporciona satisfação.

Consideremos duas respostas.

A primeira é simples: coisas diferentes para pessoas diferentes

Esta resposta é verdadeira, mas é também superficial. Os maiores pensadores identificaram uma unidade fundamental por trás da aparente diversidade das formas de satisfação humana. Minha segunda resposta à leva isso em consideração.Passei a acreditar que uma atividade ou empreendimento, um relacionamento ou envolvimento, uma forma de trabalho ou uma forma de jogo podem contribuir para proporcionar satisfação às pessoas envolvidas apenas se respeitarem e nutrirem quatro dimensões fundamentais da experiência humana.

As Quatro Dimensões da Experiência Humana

Existem quatro dimensões básicas em toda a experiência humana, em todas as culturas do mundo e ao longo de nossa história. Essas dimensões mantiveram sua importância até hoje. São as chaves para a felicidade individual no trabalho e a excelência empresarial constante. Entretanto, só recentemente sua verdadeira importância nas empresas modernas vem sendo compreendida e apreciada. Cada uma delas leva a uma meta, um alvo que, em si, constitui o alicerce para a satisfação humana duradoura. São elas:

1. A Dimensão Intelectual, que almeja a Verdade.
2. A Dimensão Estética, que almeja a Beleza.
3. A Dimensão Moral, que almeja a Bondade.
4. A Dimensão Espiritual que almeja a Unidade

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