segunda-feira, 7 de abril de 2008

SOCIABILIDADE - Inteligência Emocional

Nós e os outros

O primeiro impulso de toda pessoa é ver o diferente como estranho – e ter a sensação imediata de que o outro está errado. “Somos muito espelhados. Aquilo que não é reflexo nos parece exótico”, (1) AS: Explicar em sala de aula (ou auditório) a etimologia de "Respeito".


Cada um tem a si mesmo como referência e costuma achar que possui a exclusividade do bom senso: quem pensa diferente deve ser combatido – antes de ser ouvido.

Existem três passos básicos para uma convivência saudável com as diferenças.

O primeiro é assumir uma atitude de humildade pedagógica.

O diferente é apenas diferente, não errado.

Em segundo, é preciso ter visão de alteridade. Para entender, é melhor pensar em espanhol do que em português. A palavra ‘nós’ se refere a um grupo exclusivo, enquanto o ‘nosotros’ é inclusivo, pois abrange ‘nós’ e ‘eles’ ao mesmo tempo. “Quem são os outros para nós? O mesmo que nós para eles, isto é, os outros” (1.1) , Ao discriminar, se dá o direito ao diferente de também discriminar. É preconceito de parte a parte.

Foi exatamente o que descobriu Nicole Kidman no filme Os Outros. Ela e os filhos achavam que havia fantasmas na casa em que moravam, mas, para os fantasmas, as aparições medonhas eram Nicole e as crianças.

O terceiro passo é a permeabilidade intereducativa: simultaneamente, cada pessoa ensina e aprende com o outro. Aceitar as diferenças, entretanto, não significa admitir as desigualdades. Homens e mulheres, por exemplo, são diferentes, mas não desiguais.

Ao tentar colocar em prática esses três conceitos, uma pessoa sai do território da intolerância e até mesmo da tolerância e segue na direção do acolhimento. “Tolerar é agüentar o outro.


No máximo, autorizar que ele exista. Acolher é aceitar o outro como ele é porque tem o direito de ser assim”, conclui o filósofo.

No dia-a-dia, é muito mais fácil simplesmente excluir o grupo de pessoas diferentes, mas são as diferenças que nos dão a oportunidade de autoconhecimento e de crescimento. Não existe equipe com pessoas iguais. Por isso, um grupo só funciona bem quando aprende a lidar com as diferenças.

(1) Filósofo Mário Sérgio Cortella, professor da Pós-Graduação em Educação da PUC-SP.
(2) Parte da matéria HOLLYWOO DCORPORATIVA
(3)
http://amanha.terra.com.br/edicoes/225/capa02.asp



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